Entrevista com o Prof. Antonio Castilho sobre a Conferência UKAIS 2019
- 03/19/2019
- Bruna Araujo
Nos dias 8, 9 e 10 de abril acontece a Conferência UKAIS 2019 na Universidade de Oxford (Inglaterra), principal evento acadêmico no calendário de Sistemas de Informação do Reino Unido. Conversamos com o Prof. Antonio Castilho, docente do curso de Ciência da Computação da Universidade Ibirapuera, que foi convidado para apresentar o artigo “How students use social media for information searching?“.
Trajetória profissional:
Sou graduado em Engenharia de Produção Mecânica (1984), tenho uma pós-graduação em Análise de Sistemas e mestrado em Engenharia de Produção (1998). Inclusive, minha dissertação foi um estudo de caso com o tema “Avaliação do Uso de Novas Tecnologias de Informação nas Empresas – internet, Intranet e Extranet”.
Fale um pouco sobre o início da produção do artigo. Como surgiu a ideia?
Em 2017, comecei um doutorado em Engenharia de Produção. O tema da minha tese já está encaminhado e será sobre a importância ou não das mídias sociais para o trabalho nas empresas. Em três dias, tivemos aulas sobre a “Metodologia de Pesquisa Qualitativa” com um professor da Universidade de Edimburgo, na Escócia. Nesse meio tempo, com as sugestões do meu orientador Renato de Oliveira Moraes, foi gerado dois artigos, um qualitativo e outro quantitativo. Um dos artigos que gerei foi exatamente sobre a utilização de seis mídias sociais selecionadas (WhatsApp, Facebook, Instagram, Linkedin, YouTube e Twitter) por um grupo de alunos de universidades privadas em São Paulo, aceito em Oxford.
Você pode contar uma das conclusões do artigo?
Por conta da pesquisa, conseguimos destacar dois extremos. Enquanto o WhatsApp é o mais utilizado, sem comparações, o Twitter já não entra na lista de favoritos (pelo menos com relação aos estudantes daqui). Um fato engraçado é que nas instituições existe um bloqueio para os estudantes. Se ele acessa a internet no Laboratório de Informática, por exemplo, dificilmente consegue visitar as redes sociais.
Como a pesquisa para o artigo foi realizada?
A pesquisa foi realizada da seguinte forma: conversei com alunos de outras instituições, enviei um questionário online usando a ferramenta SurveyMonkey e recebi um total de 97 respostas. Eles tinham a opção de não se identificar.
Quais foram os principais desafios no desenvolvimento do artigo?
Um dos maiores desafios diz respeito aos próprios universitários. Como eles não receberam nada em troca, foi difícil convencê-los de que responder o questionário seria um ato de contribuição para o conhecimento na área acadêmica. Eu lembro que no começo obtive apenas 12 respostas, o minimo do minimo. Assim, chamei conhecidos da área para movimentar a pesquisa. Outra dificuldade foi definir a questão básica: “O que eu queria falar?”, “O que eu queria investigar?” e “Qual o problema?”. Isso sempre foi uma dificuldade para mim.
Na sua opinião, qual é a importância de ter um trabalho como esse no currículo?
Fundamental. No currículo lattes, por exemplo, esses trabalhos são os mais procurados pelos interessados (especialistas, alunos e empresas).
Você fez o artigo pensando na submissão para a Conferência?
Não, fiquei sabendo depois. Mandei a primeira versão para um professor, só que ele retornou com uma série de críticas. Aí, peguei as sugestões e fiz as mudanças. Logo depois, mandei novamente e recebi elogios (inclusive fui informado que o artigo foi aceito na Conferência).
Como vai funcionar?
A organização ainda não liberou a programação, mas vários acadêmicos do mundo inteiro estarão apresentando seus trabalhos. Ainda não sei em qual dia dos três oficias devo comparecer.
Você conseguiria descrever o que está sentindo em ir para Oxford apresentar um trabalho de sua própria autoria?
Estou numa expectativa boa. Ainda não acredito que está acontecendo.
Quando um artigo é aceito, o que acontece logo seguida? A viagem, as instalações… é tudo por conta própria ou existe algum auxílio?
Não, a chance de ir para Oxford foi apenas um convite. Tudo estará por minha conta: inscrição para o Congresso, passagem de avião, hospedagem e alimentação. Segundo as minhas contas, tudo vai dar mais de 600 libras. Mas, é claro, é algo que vale a pena.
Nesses momentos, qual é a importância de se ter uma segunda língua?
Inglês é fundamental. Desde a época do meu mestrado, tudo o que eu lia era em inglês. Ler em inglês é importante. Sempre gostei da língua e, graças a Deus, meus pais conseguiram investir nesse estudo quando eu era mais jovem.
Quais conselhos você daria para o aluno da UNIB que também gostaria de seguir seus passos?
Então, investir numa segunda língua é super interessante. Para os alunos que querem seguir a vida acadêmica, é importante gostar de escrever trabalhos com a estrutura de um artigo, por exemplo. Além, é claro, de ler e pesquisar sobre os projetos que são desenvolvidos a todo momento.
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