EMOÇÃO MARCA O QUARTO DIA DA SEMANA JURÍDICA COM A PALESTRA DE ANTONIO CARLOS MALHEIROS
- 08/28/2009
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28/08/2009
A espera foi ansiosa. O currículo do palestrante não deixava dúvidas quanto à sua experiência. Antônio Carlos Malheiros é formado em Direito, professor de instituições renomadas, conferencista da Polícia Militar do Estado de São Paulo, Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e contador de histórias voluntário em hospitais. A palestra então teve início. Todos esperavam saber sobre a profissão. E foi isso mesmo que ele contou, mas de uma maneira diferente. Malheiros começa a falar sobre a sua trajetória. Ele revela que o interesse em auxiliar aqueles que não tinham condições financeiras surgiu quando ele tinha 13 anos, depois de presenciar como as pessoas nascem e crescem em uma favela, um mundo muitas vezes alheio ao nosso, com suas próprias leis. As crianças, com pais ausentes e em meio à violência matam e morrem mais cedo, invariavelmente contaminadas pela falta de esperança e de oportunidades. “Não é justificável, mas é explicável”, conta Malheiros, que a partir daí definiu suas prioridades profissionais. E assim ele deu sequencia. Falou das situações emocionantes com os “filhos” que teve (as pessoas que ajudou pelo caminho – moradores de rua, dependentes químicos, soropostivos e crianças hospitalizadas). Mostrou o lado humano do Direito. Explicou a verdadeira função do profissional de área jurídica: lutar pela justiça igualitária. O preconceito A Mitologia Grega conta que uma mulher abriu uma caixa mágica e de seu interior escapou toda sorte de desgraças que atingem a humanidade. A Caixa de Pandora consumou o castigo imposto por Zeus aos mortais e ao filho Prometeu que, à revelia do Olimpo, decidira presentear a raça humana com a chama da sabedoria. Mas a Mitologia conta que Prometeu acabou acorrentado em uma montanha, onde uma ave alimentou-se diariamente de seu fígado, que à noite se regenerava para, ao amanhecer, prover novamente ao monstro a porção diária de carne humana. Ao lembrar o mito de Pandora, em seu caráter simbólico, e ao ouvir Malheiros, que falava de suas fraquezas e preconceitos, é possível afirmar que muitas das misérias que saíram da caixa refugiaram-se no preconceito dos profissionais que se escondem em uma toga (vestuário de magistrado) e de outros tantos profissionais que insistem em olhar apenas para uma direção. “Eu aprendi com as pessoas que encontrei e, a cada dia, fui deixando meus preconceitos de lado. Meus alunos aprendem de verdade quando eu os levo às favelas para entenderem a real situação e mostro que é possível mudar, e que vale a pena mudar”, diz Malheiros. Hoje, Malheiros troca a toga pelo avental colorido de contador de histórias voluntário em hospitais da Associação Viva e Deixe Viver (AVDV). O desembargador deixa mais alegria a quem tanto sofre. Deixa também lindas histórias que mostram a missão, não só dos advogados, mas de todos os profissionais. Deixa, por onde passa, mais alguns “filhos”, aqueles que o aplaudiram de pé e por muito tempo ao final de sua apresentação. Essa fotografia nós não temos. A jornalista que vos escreve, incumbida de registrar as imagens, fugiu totalmente à regra profissional e estava também de pé, aplaudindo, entre os novos “filhos” do Desembargador Malheiros. Ao final, a aluna Dulce Primo, ainda emocionada, fez uma homenagem a Antonio Carlos Malheiros. A supervisora da área de Recursos Humanos da Universidade Ibirapuera, Prof.ª Drª. Simone Pinheiro, também foi homenageada. Houve sorteio de livros e brindes. | |||||
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