ALUNOS DE CIêNCIAS BIOLóGICAS APRESENTAM TRABALHOS DURANTE 20º CONGRESSO DE BIóLOGOS

17/10/2011

Sob orientação do Prof. Dr. Gerson Catanozi, alunos do Bacharelado em Ciências Biológicas apresentaram trabalhos durante o 20º Congresso de Biólogos do CRBio-01 (20° ConBio), que aconteceu em Corumbá, Mato Grosso do Sul.

Os trabalhos são os seguintes:

COMPARAÇÃO DE MACROFAUNA EPÍGEA EM ÁREA DE MATA ATLÂNTICA E DE REFLORESTAMENTO COM Pinus sp NO ENTORNO DA  APA CAPIVARI-MONOS, SÃO PAULO

BRUNA FREITAS DA SILVA; GERSON CATANOZI

Palavras-chave: APA Capivari-Monos, Biodiversidade Edáfica, Macrofauna Epígea

A macrofauna epígea desempenha importantes funções nos ecossistemas terrestres, fazendo-se presente em diferentes níveis tróficos e interações ecológicas no solo e serrapilheira. Além do valor ecológico intrínseco, esse grupo de organismos pode constituir valioso bioindicador ambiental. Contudo, o conhecimento acerca dessa biodiversidade é ainda escasso no Brasil. O objetivo desse trabalho é comparar a macrofauna epígea em áreas conservadas de Mata Atlântica e de reflorestamento com Pinus sp. A coleta de organismos realizou-se na Área de Proteção Ambiental Capivari-Monos, localizada ao sul do município de São Paulo. Armadilhas pitfall foram instaladas de forma alinhada à superfície do solo, possibilitando por sete dias a captura de organismos com mobilidade ativa. Os espécimes coletados com dimensões corporais estabelecidas à macrofauna edáfica – comprimento superior a 10mm e/ou diâmetro entre 2mm e 20mm – foram classificados e quantificados em grupos taxonômicos supraespecíficos – sumamente classe, ordem e família. As áreas foram comparadas quanto ao índice de diversidade Shannon-Wiener (H) e à riqueza e densidades nos grupos a fim de se detectar diferenças estatísticas – ONE-WAY-ANOVA e teste Student-Newman-Keuls. A riqueza de grupos de macrofauna se apresentou significativamente maior na Mata Atlântica (6,3±1,4) do que na área de reflorestamento com Pinus sp (4,3±1,0).  Respectivamente, o mesmo caracterizou os sistemas nos parâmetros índice de diversidade ecológica H (1,861 e 1,551) e densidade dos grupos (994,4±627,5 e 816,6±410,5). Assim, conclui-se que, na área de reflorestamento, riqueza e disponibilidade qualitativa reduzidas de recursos vegetais, comuns em sistemas convencionais de manejo florestal, mostraram-se relevantes no comprometimento da capacidade ecológica de sustentar diversidade significativa de macrofauna. A biodiversidade estatisticamente maior de macrofauna epígea na área de Mata Atlântica reforça a importância da conservação da diversidade vegetal nativa e, consequentemente, de habitats e nichos ecológicos disponíveis a esse tipo de fauna, contribuindo para a sustentabilidade da complexidade e riqueza ambientais.

 

ANÁLISE DA TAXA DE DECOMPOSIÇÃO DE SERRAPILHEIRA DE MATA ATLÂNTICA E DE REFLORESTAMENTO COM Pinus sp EM ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL EM SÃO PAULO

LEONARDO ALFERES HESSEL; GERSON CATANOZI

Palavras-chave: Decomposição, Litter Bags, Serrapilheira

A manutenção natural da fertilidade e estrutura dos solos nos ecossistemas florestais depende de diversos fatores pedológicos e ecológicos. Dentre esses, o equilíbrio entre a produção e a decomposição de serrapilheira assume grande relevância. Os diferentes estados de conservação, bem como distintos princípios de manejo, interferem diretamente nesse processo, podendo desencadear alterações para os demais componentes do sistema. A compreensão acerca do aporte de serrapilheira e a relação com as taxas de decomposição microbiológica desse material adquire importância crescente visto ser objeto da relação entre manejo e produtividade dos ecossistemas florestais. O objetivo da presente investigação é analisar a capacidade de decomposição biológica de serrapilheira em áreas florestais de Mata Atlântica comparando-a à área de reflorestamento com Pinus sp. Uma coleta prévia de material pertencente à serrapilheira foi realizada em áreas de Mata Atlântica em estágio secundário e de reflorestamento com Pinus sp na APA Capivari-Monos, situada no extremo sul da cidade de São Paulo. A biomassa coletada foi mantida em estufa a 65ºC até estabilização das pesagens. A matéria seca foi inserida em litter bags – sacos de malha sintética – e exposta nas localidades originais por um período de 2 semanas. Ao serem retirados, procedeu-se à nova secagem do material, triando-o dos conteúdos do solo. A perda de massa e as densidades do solo foram analisadas estatisticamente – ONE-WAY-ANOVA e teste Student-Newman-Keuls. As taxas de decomposição entre as localidades investigadas exibiram diferenças significativas. A perda de massa observada em área conservada de Mata Atlântica secundária apresentou-se estatisticamente superior ao da área sob manejo com Pinus sp, sendo, respectivamente, 8,8% e 4,5%, com correspondência inversa à densidade do solo, 57,63kg/m3 e 89,45kg/m3. Portanto, a diferença da riqueza de espécies, especialmente vegetais, nos sistemas florestais – conservado ou sob manejo monoespecífico – intervém significativamente na atividade da biota decompositora e no equilíbrio da estrutura edáfica.

O Congresso reuniu conferências, minicursos, exposição de fotografias e a apresentação de trabalhos científicos enfocando temas diversos das Ciências Biológicas e áreas afins, bem como aspectos metodológicos relacionados ao ensino de Biologia e ao exercício profissional do Biólogo.

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